1.1 - Depuração de Pods
Este guia foi criado para ajudar os usuários a depurar aplicações implantadas no Kubernetes
que não estão se comportando corretamente. Este não é um guia para quem deseja depurar seu cluster.
Para isso, você deve conferir este guia.
Diagnosticando o problema
O primeiro passo na solução de problemas é a triagem. Qual é o problema?
São seus Pods, seu Replication Controller ou seu Service?
Depurando Pods
O primeiro passo para depurar um Pod é examiná-lo. Verifique o estado atual
do Pod e eventos recentes com o seguinte comando:
kubectl describe pods ${POD_NAME}
Observe o estado dos containers no pod. Todos estão em Running
?
Houve reinicializações recentes?
Continue a depuração dependendo do estado dos pods.
Meu pod fica em estado pending
Se um Pod estiver preso em Pending
, significa que ele não pode ser alocado em um nó.
Geralmente, isso ocorre porque há recursos insuficientes de algum tipo, impedindo a alocação.
Verifique a saída do comando kubectl describe ...
mencionado acima.
Deve haver mensagens do escalonador explicando por que o Pod não pode ser alocado. As razões incluem:
-
Você não tem recursos suficientes: Pode ser que você tenha esgotado a capacidade de CPU ou Memória no seu cluster.
Nesse caso, você precisa excluir Pods, ajustar as solicitações de recursos ou adicionar novos nós ao cluster.
Consulte o documento Recursos de Computação para mais informações.
-
Você está usando hostPort
: Quando você vincula um Pod a um hostPort
, há um número limitado de locais onde esse Pod pode ser alocado.
Na maioria dos casos, hostPort
é desnecessário, tente usar um objeto Service para expor seu Pod.
Se você realmente precisar de hostPort
, então só poderá alocar tantos Pods quanto o número de nós no seu cluster Kubernetes.
Meu pod fica em estado waiting
Se um Pod estiver preso no estado Waiting
, significa que ele foi alocado para um nó de trabalho,
mas não pode ser executado nessa máquina. Novamente, as informações do comando kubectl describe ...
devem fornecer detalhes úteis.
A causa mais comum para Pods em estado Waiting
é a falha ao baixar a imagem.
Há três coisas que você deve verificar:
- Certifique-se de que o nome da imagem está correto.
- Você enviou a imagem para o registro?
- Tente baixar a imagem manualmente para verificar se ela pode ser baixada. Por exemplo,
se você usa Docker no seu PC, execute
docker pull
.
Meu pod fica em estado terminating
Se um Pod estiver preso no estado Terminating
, significa que uma solicitação de exclusão foi emitida,
mas a camada de gerenciamento não conseguiu remover o objeto do Pod.
Isso geralmente ocorre se o Pod possui um finalizer
e há um admission webhook
instalado no cluster que impede a camada de gerenciamento de remover o finalizer.
Para identificar esse cenário, verifique se seu cluster possui algum ValidatingWebhookConfiguration ou MutatingWebhookConfiguration que tenha como alvo
operações UPDATE
para recursos pods
.
Se o webhook for fornecido por um terceiro:
- Certifique-se de estar usando a versão mais recente.
- Desative o webhook para operações
UPDATE
.
- Relate um problema ao provedor correspondente.
Se você for o autor do webhook:
- Para um webhook de mutação, certifique-se de que ele nunca altere campos imutáveis
em operações
UPDATE
. Por exemplo, mudanças em contêineres geralmente não são permitidas.
- Para um webhook de validação, garanta que suas regras de validação se apliquem apenas a novas alterações.
Em outras palavras, você deve permitir que Pods com violações existentes passem pela validação.
Isso permite que Pods criados antes da instalação do webhook continuem em execução.
Meu pod está falhando ou não está íntegro
Depois que seu Pod for alocado, você pode usar os métodos descritos em
Depurando Pods em Execução para depuração.
Meu pod está em execução, mas não faz o que eu defini
Se o seu pod não está se comportando como esperado, pode haver um erro na descrição do pod
(por exemplo, no arquivo mypod.yaml
em sua máquina local) que foi ignorado silenciosamente
ao criar o pod. Muitas vezes, uma seção da descrição do pod pode estar aninhada incorretamente
ou um nome de chave pode ter sido digitado incorretamente, fazendo com que a chave seja ignorada.
Por exemplo, se você digitou commnd
em vez de command
, o pod será criado,
mas não usará o comando que você pretendia.
A primeira coisa a fazer é excluir seu pod e tentar criá-lo novamente usando a opção --validate
.
Por exemplo, execute kubectl apply --validate -f mypod.yaml
.
Se você digitou command
incorretamente como commnd
, verá um erro como este:
I0805 10:43:25.129850 46757 schema.go:126] unknown field: commnd
I0805 10:43:25.129973 46757 schema.go:129] this may be a false alarm, see https://github.com/kubernetes/kubernetes/issues/6842
pods/mypod
A próxima coisa a verificar é se o pod no servidor da API corresponde ao pod que você pretendia criar
(por exemplo, no arquivo yaml em sua máquina local).
Por exemplo, execute kubectl get pods/mypod -o yaml > mypod-on-apiserver.yaml
em seguida,
compare manualmente a descrição original do pod, mypod.yaml
com a versão obtida do servidor da API, mypod-on-apiserver.yaml
.
Normalmente, a versão do "servidor da API" terá algumas linhas extras que não estão na versão original,
o que é esperado. No entanto, se houver linhas na versão original que não aparecem na versão do servidor da API,
isso pode indicar um problema na especificação do seu pod.
Depurando Replication Controllers
Replication Controllers são bastante diretos. Eles podem criar pods ou não.
Se não conseguirem criar pods, consulte as
instruções acima para depurar seus pods.
Você também pode usar kubectl describe rc ${CONTROLLER_NAME}
para examinar eventos
relacionados ao replication controller.
Depurando Services
Os Services fornecem balanceamento de carga entre um conjunto de pods.
Existem vários problemas comuns que podem fazer com que os Services não funcionem corretamente.
As instruções a seguir devem ajudar na depuração de problemas com Services.
Primeiro, verifique se há endpoints para o Service.
Para cada objeto Service, o servidor da API disponibiliza um recurso endpoints
.
Você pode visualizar esse recurso com o seguinte comando:
kubectl get endpoints ${SERVICE_NAME}
Certifique-se de que os endpoints correspondem ao número de pods que você espera que sejam membros do seu service.
Por exemplo, se seu Service estiver associado a um container Nginx com 3 réplicas,
você deve esperar ver três endereços IP diferentes nos endpoints do Service.
Meu Service não possui endpoints
Se os endpoints estiverem ausentes, tente listar os pods usando os rótulos que o Service utiliza.
Por exemplo, imagine que você tenha um Service com os seguintes rótulos:
...
spec:
- selector:
name: nginx
type: frontend
Você pode usar:
kubectl get pods --selector=name=nginx,type=frontend
para listar os pods que correspondem a esse seletor. Verifique se a lista corresponde aos pods que você espera que forneçam seu Service.
Além disso, certifique-se de que o containerPort
do pod corresponde ao targetPort
do service.
O tráfego de rede não está sendo encaminhado
Consulte Depurando Services para mais informações.
Próximos passos
Se nenhuma das soluções acima resolver seu problema, siga as instruções no
documento de Depuração de Services
para garantir que seu Service
está em execução, possui Endpoints
e que seus Pods
estão realmente respondendo; além disso, verifique se o DNS está funcionando,
as regras do iptables estão configuradas corretamente e se o kube-proxy não está com problemas.
Você também pode consultar o documento de solução de problemas para mais informações.
1.2 - Depuração de Services
Um problema que surge com bastante frequência em novas instalações do Kubernetes
é que um Service não está funcionando corretamente. Você implantou seus Pods
através de um Deployment (ou outro controlador de carga de trabalho) e criou um Service,
mas não recebe nenhuma resposta ao tentar acessá-lo. Este documento,
esperançosamente, ajudará você a descobrir o que está errado.
Executando comandos em um Pod
Para muitas etapas aqui, você desejará ver o que um Pod em execução no cluster
está enxergando. A maneira mais simples de fazer isso é executar um Pod interativo
com busybox:
kubectl run -it --rm --restart=Never busybox --image=gcr.io/google-containers/busybox sh
Nota:
Se você não vir um prompt de comando, tente pressionar Enter.
Se você já tem um Pod em execução que prefere usar, você pode executar um
comando nele usando:
kubectl exec <POD-NAME> -c <CONTAINER-NAME> -- <COMMAND>
Configuração
Para os propósitos deste passo a passo, vamos executar alguns Pods. Como você
provavelmente está depurando seu próprio Service, pode substituir os detalhes
pelos seus próprios ou seguir junto para obter um segundo ponto de referência.
kubectl create deployment hostnames --image=registry.k8s.io/serve_hostname
deployment.apps/hostnames created
Os comandos kubectl
exibirão o tipo e o nome do recurso criado ou modificado,
que podem então ser usados em comandos subsequentes.
Vamos escalar o deployment para 3 réplicas.
kubectl scale deployment hostnames --replicas=3
deployment.apps/hostnames scaled
Observe que isso é o mesmo que se você tivesse iniciado o Deployment com o
seguinte YAML:
apiVersion: apps/v1
kind: Deployment
metadata:
labels:
app: hostnames
name: hostnames
spec:
selector:
matchLabels:
app: hostnames
replicas: 3
template:
metadata:
labels:
app: hostnames
spec:
containers:
- name: hostnames
image: registry.k8s.io/serve_hostname
O rótulo "app" é definido automaticamente pelo kubectl create deployment
como o nome do Deployment.
Você pode confirmar que seus Pods estão em execução:
kubectl get pods -l app=hostnames
NAME READY STATUS RESTARTS AGE
hostnames-632524106-bbpiw 1/1 Running 0 2m
hostnames-632524106-ly40y 1/1 Running 0 2m
hostnames-632524106-tlaok 1/1 Running 0 2m
Você também pode confirmar que seus Pods estão respondendo. Você pode obter a
lista de endereços IP dos Pods e testá-los diretamente.
kubectl get pods -l app=hostnames \
-o go-template='{{range .items}}{{.status.podIP}}{{"\n"}}{{end}}'
10.244.0.5
10.244.0.6
10.244.0.7
O contêiner de exemplo usado neste passo a passo serve seu próprio hostname
via HTTP na porta 9376, mas se você estiver depurando sua própria aplicação,
deverá usar o número da porta na qual seus Pods estão escutando.
De dentro de um Pod:
for ep in 10.244.0.5:9376 10.244.0.6:9376 10.244.0.7:9376; do
wget -qO- $ep
done
Isso deve produzir algo como:
hostnames-632524106-bbpiw
hostnames-632524106-ly40y
hostnames-632524106-tlaok
Se você não estiver recebendo as respostas esperadas neste ponto, seus Pods
podem não estar íntegro ou podem não estar ouvindo na porta que você pensa
que estão. Você pode achar útil usar kubectl logs
para ver o que está
acontecendo ou, talvez, seja necessário executar kubectl exec
diretamente
em seus Pods e depurar a partir daí.
Supondo que tudo tenha ocorrido conforme o esperado até agora, você pode começar
a investigar por que seu Service não está funcionando.
O Service existe?
O leitor atento terá notado que você ainda não criou um Service – isso é
intencional. Esse é um passo que às vezes é esquecido e é a primeira coisa a verificar.
O que aconteceria se você tentasse acessar um Service inexistente? Se você
tiver outro Pod que consome esse Service pelo nome, obteria algo como:
Resolving hostnames (hostnames)... failed: Name or service not known.
wget: unable to resolve host address 'hostnames'
A primeira coisa a verificar é se esse Service realmente existe:
kubectl get svc hostnames
No resources found.
Error from server (NotFound): services "hostnames" not found
Vamos criar o Service. Como antes, isso faz parte do passo a passo – você pode
usar os detalhes do seu próprio Service aqui.
kubectl expose deployment hostnames --port=80 --target-port=9376
service/hostnames exposed
E ler de volta:
kubectl get svc hostnames
NAME TYPE CLUSTER-IP EXTERNAL-IP PORT(S) AGE
hostnames ClusterIP 10.0.1.175 <none> 80/TCP 5s
Agora você sabe que o Service existe.
Como antes, isso é o mesmo que se você tivesse iniciado o Service com YAML:
apiVersion: v1
kind: Service
metadata:
labels:
app: hostnames
name: hostnames
spec:
selector:
app: hostnames
ports:
- name: default
protocol: TCP
port: 80
targetPort: 9376
Para destacar toda a gama de configurações, o Service que você criou aqui
usa um número de porta diferente dos Pods. Para muitos Services do mundo real,
esses valores podem ser os mesmos.
Alguma regra de Network Policy Ingress está afetando os Pods de destino?
Se você implantou alguma regra de Network Policy Ingress que possa afetar o
tráfego de entrada para os Pods hostnames-*
, elas precisam ser revisadas.
Consulte a documentação sobre Network Policies para mais detalhes.
O Service funciona pelo nome DNS?
Uma das formas mais comuns de os clientes consumirem um Service é através de
um nome DNS.
A partir de um Pod no mesmo Namespace:
Address 1: 10.0.0.10 kube-dns.kube-system.svc.cluster.local
Name: hostnames
Address 1: 10.0.1.175 hostnames.default.svc.cluster.local
Se isso falhar, talvez seu Pod e Service estejam em Namespaces diferentes.
Tente um nome qualificado pelo namespace (novamente, de dentro de um Pod):
nslookup hostnames.default
Address 1: 10.0.0.10 kube-dns.kube-system.svc.cluster.local
Name: hostnames.default
Address 1: 10.0.1.175 hostnames.default.svc.cluster.local
Se isso funcionar, você precisará ajustar sua aplicação para usar um nome
qualificado pelo namespace ou executar sua aplicação e o Service no mesmo Namespace.
Se isso ainda falhar, tente um nome totalmente qualificado:
nslookup hostnames.default.svc.cluster.local
Address 1: 10.0.0.10 kube-dns.kube-system.svc.cluster.local
Name: hostnames.default.svc.cluster.local
Address 1: 10.0.1.175 hostnames.default.svc.cluster.local
Observe o sufixo aqui: "default.svc.cluster.local". O "default" é o Namespace
no qual você está operando. O "svc" indica que este é um Service. O "cluster.local"
é o domínio do seu cluster, que PODE ser diferente no seu próprio cluster.
Você também pode tentar isso a partir de um Node no cluster:
Nota:
10.0.0.10 é o IP do Service DNS do cluster, o seu pode ser diferente.
nslookup hostnames.default.svc.cluster.local 10.0.0.10
Server: 10.0.0.10
Address: 10.0.0.10#53
Name: hostnames.default.svc.cluster.local
Address: 10.0.1.175
Se você conseguir fazer uma consulta de nome totalmente qualificado, mas não
uma relativa, precisará verificar se o arquivo /etc/resolv.conf
no seu Pod
está correto. De dentro de um Pod:
Você deve ver algo como:
nameserver 10.0.0.10
search default.svc.cluster.local svc.cluster.local cluster.local example.com
options ndots:5
A linha nameserver
deve indicar o Service DNS do seu cluster. Isso é passado
para o kubelet
com a flag --cluster-dns
.
A linha search
deve incluir um sufixo apropriado para que o nome do Service
seja encontrado. Neste caso, ele está procurando Services no Namespace local
("default.svc.cluster.local"), Services em todos os Namespaces ("svc.cluster.local"),
e, por último, nomes no cluster ("cluster.local"). Dependendo da sua instalação,
você pode ter registros adicionais depois disso (até um total de 6). O sufixo
do cluster é passado para o kubelet
com a flag --cluster-domain
. Ao longo
deste documento, assumimos que o sufixo do cluster é "cluster.local". Seu
cluster pode estar configurado de forma diferente, e, nesse caso, você deve
ajustar isso em todos os comandos anteriores.
A linha options
deve definir ndots
com um valor alto o suficiente para que
sua biblioteca cliente de DNS considere os caminhos de pesquisa. O Kubernetes
define isso como 5 por padrão, o que é suficiente para cobrir todos os nomes
DNS que ele gera.
Algum Service funciona pelo nome DNS?
Se as etapas anteriores ainda falharem, as consultas DNS não estão funcionando
para seu Service. Você pode dar um passo atrás e verificar o que mais não está
funcionando. O Service principal do Kubernetes deve sempre funcionar. De dentro
de um Pod:
nslookup kubernetes.default
Server: 10.0.0.10
Address 1: 10.0.0.10 kube-dns.kube-system.svc.cluster.local
Name: kubernetes.default
Address 1: 10.0.0.1 kubernetes.default.svc.cluster.local
Se isso falhar, consulte a seção kube-proxy deste
documento ou até volte ao início e comece novamente, mas, em vez de depurar seu
próprio Service, depure o Service de DNS.
O Service funciona pelo IP?
Supondo que você tenha confirmado que o DNS está funcionando, o próximo passo
é testar se o seu Service funciona pelo endereço IP. A partir de um Pod no seu
cluster, acesse o IP do Service (obtido com kubectl get
acima).
for i in $(seq 1 3); do
wget -qO- 10.0.1.175:80
done
Isso deve produzir algo como:
hostnames-632524106-bbpiw
hostnames-632524106-ly40y
hostnames-632524106-tlaok
Se o seu Service estiver funcionando, você deverá obter respostas corretas.
Caso contrário, há várias possíveis causas para o problema. Continue lendo.
O Service está definido corretamente?
Pode parecer óbvio, mas você deve realmente verificar duas ou três vezes se
seu Service está correto e corresponde à porta do seu Pod. Leia novamente seu
Service e verifique:
kubectl get service hostnames -o json
{
"kind": "Service",
"apiVersion": "v1",
"metadata": {
"name": "hostnames",
"namespace": "default",
"uid": "428c8b6c-24bc-11e5-936d-42010af0a9bc",
"resourceVersion": "347189",
"creationTimestamp": "2015-07-07T15:24:29Z",
"labels": {
"app": "hostnames"
}
},
"spec": {
"ports": [
{
"name": "default",
"protocol": "TCP",
"port": 80,
"targetPort": 9376,
"nodePort": 0
}
],
"selector": {
"app": "hostnames"
},
"clusterIP": "10.0.1.175",
"type": "ClusterIP",
"sessionAffinity": "None"
},
"status": {
"loadBalancer": {}
}
}
- A porta do Service que você está tentando acessar está listada em
spec.ports[]
?
- O
targetPort
está correto para seus Pods (alguns Pods usam uma porta diferente da do Service)?
- Se você pretende usar uma porta numérica, ela está especificada como um número (9376) ou como uma string ("9376")?
- Se você pretende usar uma porta nomeada, seus Pods expõem uma porta com o mesmo nome?
- O
protocol
da porta está correto para seus Pods?
O Service tem algum Endpoint?
Se você chegou até aqui, já confirmou que seu Service está corretamente
definido e resolvido pelo DNS. Agora, vamos verificar se os Pods que você
executou estão realmente sendo selecionados pelo Service.
Anteriormente, você viu que os Pods estavam em execução. Você pode verificar
novamente:
kubectl get pods -l app=hostnames
NAME READY STATUS RESTARTS AGE
hostnames-632524106-bbpiw 1/1 Running 0 1h
hostnames-632524106-ly40y 1/1 Running 0 1h
hostnames-632524106-tlaok 1/1 Running 0 1h
O argumento -l app=hostnames
é um seletor de rótulo configurado no Service.
A coluna "AGE" indica que esses Pods têm cerca de uma hora de idade, o que
implica que estão funcionando corretamente e não estão falhando.
A coluna "RESTARTS" indica que esses Pods não estão falhando frequentemente
ou sendo reiniciados. Reinicializações frequentes podem causar problemas
intermitentes de conectividade. Se a contagem de reinicializações for alta,
leia mais sobre como depurar pods.
Dentro do sistema Kubernetes, existe um loop de controle que avalia o seletor
de cada Service e salva os resultados em um objeto Endpoints correspondente.
kubectl get endpoints hostnames
NAME ENDPOINTS
hostnames 10.244.0.5:9376,10.244.0.6:9376,10.244.0.7:9376
Isso confirma que o controlador de endpoints encontrou os Pods corretos para
seu Service. Se a coluna ENDPOINTS
estiver com <none>
, você deve verificar
se o campo spec.selector
do seu Service realmente seleciona os valores de
metadata.labels
nos seus Pods. Um erro comum é ter um erro de digitação ou
outra inconsistência, como o Service selecionando app=hostnames
, mas o
Deployment especificando run=hostnames
, como em versões anteriores à 1.18,
onde o comando kubectl run
também poderia ser usado para criar um Deployment.
Os Pods estão funcionando?
Neste ponto, você já sabe que seu Service existe e selecionou seus Pods. No
início deste passo a passo, você verificou os próprios Pods. Vamos verificar
novamente se os Pods estão realmente funcionando – você pode ignorar o
mecanismo do Service e ir diretamente para os Pods, conforme listado nos
Endpoints acima.
Nota:
Esses comandos usam a porta do Pod (9376), em vez da porta do Service (80).
De dentro de um Pod:
for ep in 10.244.0.5:9376 10.244.0.6:9376 10.244.0.7:9376; do
wget -qO- $ep
done
Isso deve produzir algo como:
hostnames-632524106-bbpiw
hostnames-632524106-ly40y
hostnames-632524106-tlaok
Você espera que cada Pod na lista de Endpoints retorne seu próprio hostname.
Se isso não acontecer (ou se o comportamento correto for diferente para seus
próprios Pods), você deve investigar o que está acontecendo.
O kube-proxy está funcionando?
Se você chegou até aqui, seu Service está em execução, possui Endpoints e seus
Pods estão realmente respondendo. Neste ponto, todo o mecanismo de proxy do
Service pode ser o problema. Vamos confirmá-lo, parte por parte.
A implementação padrão dos Services, e a mais usada na maioria dos clusters,
é o kube-proxy. Esse é um programa que roda em cada nó e configura um dos
mecanismos disponíveis para fornecer a abstração de Service. Se seu cluster
não usa kube-proxy, as próximas seções não se aplicarão, e você precisará
investigar qual implementação de Services está em uso.
O kube-proxy está em execução?
Confirme que o kube-proxy
está rodando nos seus Nodes. Executando diretamente
em um Node, você deve obter algo como o seguinte:
ps auxw | grep kube-proxy
root 4194 0.4 0.1 101864 17696 ? Sl Jul04 25:43 /usr/local/bin/kube-proxy --master=https://kubernetes-master --kubeconfig=/var/lib/kube-proxy/kubeconfig --v=2
Em seguida, confirme que ele não está falhando em algo óbvio, como contatar o
master. Para isso, você precisará verificar os logs. O acesso aos logs depende
do sistema operacional do Node. Em alguns sistemas, é um arquivo, como
/var/log/kube-proxy.log
, enquanto em outros, os logs podem ser acessados com
journalctl
. Você deve ver algo como:
I1027 22:14:53.995134 5063 server.go:200] Running in resource-only container "/kube-proxy"
I1027 22:14:53.998163 5063 server.go:247] Using iptables Proxier.
I1027 22:14:54.038140 5063 proxier.go:352] Setting endpoints for "kube-system/kube-dns:dns-tcp" to [10.244.1.3:53]
I1027 22:14:54.038164 5063 proxier.go:352] Setting endpoints for "kube-system/kube-dns:dns" to [10.244.1.3:53]
I1027 22:14:54.038209 5063 proxier.go:352] Setting endpoints for "default/kubernetes:https" to [10.240.0.2:443]
I1027 22:14:54.038238 5063 proxier.go:429] Not syncing iptables until Services and Endpoints have been received from master
I1027 22:14:54.040048 5063 proxier.go:294] Adding new service "default/kubernetes:https" at 10.0.0.1:443/TCP
I1027 22:14:54.040154 5063 proxier.go:294] Adding new service "kube-system/kube-dns:dns" at 10.0.0.10:53/UDP
I1027 22:14:54.040223 5063 proxier.go:294] Adding new service "kube-system/kube-dns:dns-tcp" at 10.0.0.10:53/TCP
Se você vir mensagens de erro sobre a impossibilidade de contatar o master,
deve verificar novamente a configuração do seu Node e as etapas de instalação.
O kube-proxy pode rodar em diferentes modos. No log listado acima, a linha
Using iptables Proxier
indica que o kube-proxy está rodando no modo
"iptables". O outro modo mais comum é o "ipvs".
Modo Iptables
No modo "iptables", você deve ver algo como o seguinte em um Node:
iptables-save | grep hostnames
-A KUBE-SEP-57KPRZ3JQVENLNBR -s 10.244.3.6/32 -m comment --comment "default/hostnames:" -j MARK --set-xmark 0x00004000/0x00004000
-A KUBE-SEP-57KPRZ3JQVENLNBR -p tcp -m comment --comment "default/hostnames:" -m tcp -j DNAT --to-destination 10.244.3.6:9376
-A KUBE-SEP-WNBA2IHDGP2BOBGZ -s 10.244.1.7/32 -m comment --comment "default/hostnames:" -j MARK --set-xmark 0x00004000/0x00004000
-A KUBE-SEP-WNBA2IHDGP2BOBGZ -p tcp -m comment --comment "default/hostnames:" -m tcp -j DNAT --to-destination 10.244.1.7:9376
-A KUBE-SEP-X3P2623AGDH6CDF3 -s 10.244.2.3/32 -m comment --comment "default/hostnames:" -j MARK --set-xmark 0x00004000/0x00004000
-A KUBE-SEP-X3P2623AGDH6CDF3 -p tcp -m comment --comment "default/hostnames:" -m tcp -j DNAT --to-destination 10.244.2.3:9376
-A KUBE-SERVICES -d 10.0.1.175/32 -p tcp -m comment --comment "default/hostnames: cluster IP" -m tcp --dport 80 -j KUBE-SVC-NWV5X2332I4OT4T3
-A KUBE-SVC-NWV5X2332I4OT4T3 -m comment --comment "default/hostnames:" -m statistic --mode random --probability 0.33332999982 -j KUBE-SEP-WNBA2IHDGP2BOBGZ
-A KUBE-SVC-NWV5X2332I4OT4T3 -m comment --comment "default/hostnames:" -m statistic --mode random --probability 0.50000000000 -j KUBE-SEP-X3P2623AGDH6CDF3
-A KUBE-SVC-NWV5X2332I4OT4T3 -m comment --comment "default/hostnames:" -j KUBE-SEP-57KPRZ3JQVENLNBR
Para cada porta de cada Service, deve haver uma regra em KUBE-SERVICES
e
uma cadeia KUBE-SVC-<hash>
. Para cada endpoint do Pod, deve haver um pequeno
número de regras nessa cadeia KUBE-SVC-<hash>
e uma cadeia KUBE-SEP-<hash>
com algumas regras dentro dela. As regras exatas podem variar dependendo da sua
configuração específica (incluindo node-ports e load-balancers).
Modo IPVS
No modo "ipvs", você deve ver algo como o seguinte em um Node:
Prot LocalAddress:Port Scheduler Flags
-> RemoteAddress:Port Forward Weight ActiveConn InActConn
...
TCP 10.0.1.175:80 rr
-> 10.244.0.5:9376 Masq 1 0 0
-> 10.244.0.6:9376 Masq 1 0 0
-> 10.244.0.7:9376 Masq 1 0 0
...
Para cada porta de cada Service, além de qualquer NodePort, IP externo e IP de
load-balancer, o kube-proxy criará um servidor virtual. Para cada endpoint de
Pod, ele criará servidores reais correspondentes. Neste exemplo, o Service
hostnames
(10.0.1.175:80
) tem 3 endpoints (10.244.0.5:9376
,
10.244.0.6:9376
, 10.244.0.7:9376
).
O kube-proxy está realizando o proxy?
Supondo que você tenha identificado um dos casos acima, tente novamente acessar
seu Service pelo IP a partir de um dos seus Nodes:
hostnames-632524106-bbpiw
Se isso ainda falhar, verifique os logs do kube-proxy
em busca de linhas
específicas como:
Setting endpoints for default/hostnames:default to [10.244.0.5:9376 10.244.0.6:9376 10.244.0.7:9376]
Se você não encontrar essas mensagens nos logs, tente reiniciar o kube-proxy
com a flag -v
definida como 4 e, em seguida, verifique os logs novamente.
Caso extremo: Um Pod não consegue acessar a si mesmo pelo IP do Service
Isso pode parecer improvável, mas acontece e deveria funcionar corretamente.
Esse problema pode ocorrer quando a rede não está configurada corretamente para
tráfego "hairpin", geralmente quando o kube-proxy
está rodando no modo
iptables
e os Pods estão conectados por meio de uma rede bridge. O Kubelet
expõe um parâmetro hairpin-mode
na linha de comando
que permite que os endpoints de um Service realizem balanceamento de carga para
si mesmos ao tentar acessar seu próprio VIP do Service. O parâmetro
hairpin-mode
deve estar configurado como hairpin-veth
ou promiscuous-bridge
.
As etapas comuns para solucionar esse problema são as seguintes:
- Confirme se o
hairpin-mode
está configurado como hairpin-veth
ou
promiscuous-bridge
. Você deve ver algo semelhante ao seguinte. No exemplo
abaixo, hairpin-mode
está definido como promiscuous-bridge
:
root 3392 1.1 0.8 186804 65208 ? Sl 00:51 11:11 /usr/local/bin/kubelet --enable-debugging-handlers=true --config=/etc/kubernetes/manifests --allow-privileged=True --v=4 --cluster-dns=10.0.0.10 --cluster-domain=cluster.local --configure-cbr0=true --cgroup-root=/ --system-cgroups=/system --hairpin-mode=promiscuous-bridge --runtime-cgroups=/docker-daemon --kubelet-cgroups=/kubelet --babysit-daemons=true --max-pods=110 --serialize-image-pulls=false --outofdisk-transition-frequency=0
- Confirme o
hairpin-mode
efetivo. Para isso, será necessário verificar o
log do kubelet. O acesso aos logs depende do sistema operacional do Node. Em
alguns sistemas, ele está em um arquivo como /var/log/kubelet.log
, enquanto
em outros, os logs podem ser acessados com journalctl
. Observe que o modo
hairpin efetivo pode não corresponder à flag --hairpin-mode
devido a
questões de compatibilidade. Verifique se há linhas de log contendo a palavra-chave
hairpin
no kubelet.log
. Deve haver linhas indicando o modo hairpin efetivo,
como algo semelhante ao seguinte:
I0629 00:51:43.648698 3252 kubelet.go:380] Hairpin mode set to "promiscuous-bridge"
- Se o modo hairpin efetivo for
hairpin-veth
, certifique-se de que o Kubelet
tem permissão para operar em /sys
no Node. Se tudo estiver funcionando
corretamente, você deve ver algo como:
for intf in /sys/devices/virtual/net/cbr0/brif/*; do cat $intf/hairpin_mode; done
1
1
1
1
- Se o modo hairpin efetivo for
promiscuous-bridge
, certifique-se de que o
Kubelet
tem permissão para manipular a bridge Linux no Node. Se a bridge cbr0
for usada e configurada corretamente, você deve ver:
ifconfig cbr0 |grep PROMISC
UP BROADCAST RUNNING PROMISC MULTICAST MTU:1460 Metric:1
- Procure ajuda se nenhuma das opções acima funcionar.
Procure ajuda
Se você chegou até aqui, algo muito estranho está acontecendo. Seu Service
está rodando, tem Endpoints e seus Pods estão realmente respondendo. O DNS
está funcionando e o kube-proxy
não parece estar com problemas. E, mesmo
assim, seu Service não está funcionando. Informe-nos o que está acontecendo,
para que possamos ajudar a investigar!
Entre em contato conosco pelo
Slack,
Fórum ou
GitHub.
Próximos passos
Visite o documento de visão geral de solução de problemas
para mais informações.
1.6 - Obter um Shell em um Contêiner em Execução
Esta página mostra como usar kubectl exec
para obter um shell em um contêiner em execução.
Antes de você começar
Você precisa ter um cluster do Kubernetes e a ferramenta de linha de comando kubectl deve estar configurada para se comunicar com seu cluster. É recomendado executar esse tutorial em um cluster com pelo menos dois nós que não estejam atuando como hosts de camada de gerenciamento. Se você ainda não possui um cluster, pode criar um usando o minikube ou pode usar um dos seguintes ambientes:
Obtendo um Shell em um Contêiner
Neste exercício, você cria um Pod que possui um contêiner. O contêiner
executa a imagem do nginx. Aqui está o arquivo de configuração para o Pod:
apiVersion: v1
kind: Pod
metadata:
name: shell-demo
spec:
volumes:
- name: shared-data
emptyDir: {}
containers:
- name: nginx
image: nginx
volumeMounts:
- name: shared-data
mountPath: /usr/share/nginx/html
hostNetwork: true
dnsPolicy: Default
Crie o Pod:
kubectl apply -f https://k8s.io/examples/application/shell-demo.yaml
Verifique se o contêiner está em execução:
kubectl get pod shell-demo
Obtenha um shell no contêiner em execução:
kubectl exec --stdin --tty shell-demo -- /bin/bash
Nota:
O duplo traço (--
) separa os argumentos que você deseja passar para o comando dos argumentos do kubectl
.
No seu shell, liste o diretório raiz:
# Execute isso dentro do contêiner
ls /
No seu shell, experimente outros comandos. Aqui estão alguns exemplos:
# Você pode executar esses comandos de exemplo dentro do contêiner
ls /
cat /proc/mounts
cat /proc/1/maps
apt-get update
apt-get install -y tcpdump
tcpdump
apt-get install -y lsof
lsof
apt-get install -y procps
ps aux
ps aux | grep nginx
Escrevendo a página raiz para o nginx
Veja novamente o arquivo de configuração do seu Pod. O Pod
possui um volume emptyDir
, e o contêiner monta esse volume
em /usr/share/nginx/html
.
No seu shell, crie um arquivo index.html
no diretório /usr/share/nginx/html
:
# Execute isso dentro do contêiner
echo 'Hello shell demo' > /usr/share/nginx/html/index.html
No seu shell, envie uma solicitação GET para o servidor nginx:
# Execute isso no shell dentro do seu contêiner
apt-get update
apt-get install curl
curl http://localhost/
A saída exibe o texto que você escreveu no arquivo index.html
:
Hello shell demo
Quando terminar de usar o shell, digite exit
.
exit # Para sair do shell no contêiner
Executando comandos individuais em um contêiner
Em uma janela de comando comum, fora do seu shell, liste as variáveis de ambiente no contêiner em execução:
kubectl exec shell-demo -- env
Experimente executar outros comandos. Aqui estão alguns exemplos:
kubectl exec shell-demo -- ps aux
kubectl exec shell-demo -- ls /
kubectl exec shell-demo -- cat /proc/1/mounts
Abrindo um shell quando um Pod tem mais de um contêiner
Se um Pod tiver mais de um contêiner, use --container
ou -c
para
especificar um contêiner no comando kubectl exec
. Por exemplo,
suponha que você tenha um Pod chamado my-pod
, e esse Pod tenha dois contêineres
chamados main-app e helper-app. O seguinte comando abriria um
shell no contêiner main-app.
kubectl exec -i -t my-pod --container main-app -- /bin/bash
Nota:
As opções curtas -i
e -t
são equivalentes às opções longas --stdin
e --tty
Próximos passos